O cenário político sergipano começa a se desenhar para 2026, e uma movimentação em especial chama a atenção: o ex-prefeito de Campo do Brito, Marcel Souza, articula uma aliança com a ex-deputada Maria Mendonça, com vistas a fortalecer sua pré-candidatura a deputado estadual. A aproximação entre os dois nomes tradicionais do interior do estado pode representar uma jogada estratégica, mas também traz seus riscos.
Marcel, que tem forte influência em Campo do Brito e região, busca ampliar sua base política para além do Agreste. A união com Maria Mendonça, que carrega um legado político consolidado em Itabaiana e já exerceu papel de destaque na Assembleia Legislativa, pode oferecer justamente isso. Maria ainda conserva um eleitorado fiel e representa um nome respeitado, especialmente entre os mais conservadores. Para ela, apoiar Marcel pode significar manter sua influência nos bastidores da política estadual, mesmo sem mandato, além de garantir a continuidade de sua tradição familiar na política.
No entanto, essa aliança não vem sem ônus. Marcel pode acabar herdando também os desgastes políticos que envolvem o grupo dos Mendonça, que, embora tenha raízes fortes, perdeu espaço nas últimas eleições. Além disso, uma aproximação com figuras tradicionais pode comprometer o discurso de renovação que Marcel poderia usar como trunfo, especialmente entre o eleitorado mais jovem. Por outro lado, Maria Mendonça arrisca sua imagem ao vincular-se a um nome que, embora tenha sido bem avaliado localmente como gestor, ainda não foi testado em disputas de maior envergadura política.
Fontes próximas a ambos confirmam que as conversas estão em andamento e que o diálogo tem sido positivo. A aliança, se confirmada, deverá ser oficializada ainda em 2025, com eventos conjuntos e uma possível articulação para reunir apoios de prefeitos e vereadores de municípios vizinhos.
No fim das contas, a união entre Marcel e Maria Mendonça poderá ser vista como uma reconfiguração de forças tradicionais do interior de Sergipe, tentando se reposicionar frente às novas lideranças emergentes no estado. A grande questão é se essa soma realmente irá multiplicar votos — ou dividir expectativas.