A Assembleia Legislativa de Sergipe (Alese) foi palco, nesta quinta-feira (27), de um acirrado embate entre os deputados estaduais Luizão Donatrampi (União) e Linda Brasil (PSOL). O tema? O julgamento que tornou réu o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) por tentativa de golpe de Estado. Mas, para além das palavras trocadas no plenário, a discussão reforçou algo essencial na política atual: ambos saíram ganhando.
De um lado, Luizão, bolsonarista ferrenho, ecoou o discurso da perseguição política e saiu em defesa do ex-presidente. Fez o que sua base espera: indignou-se, atacou a esquerda e garantiu a viralização de seus trechos de fala nas redes. Do outro, Linda Brasil reafirmou seu papel de oposição ao bolsonarismo, defendeu a democracia e enfrentou diretamente as falas do colega parlamentar, mobilizando sua militância e reforçando sua posição política.
Esse tipo de embate, longe de ser apenas um choque ideológico sem consequências, alimenta a polarização que impulsiona as bases de ambos. Para Luizão, é fundamental reafirmar que Bolsonaro é um perseguido injustamente. Seu eleitorado quer vê-lo defendendo essa narrativa com veemência. Já Linda, ao rebater, se fortalece como uma das principais vozes progressistas do estado. A deputada não apenas confronta Luizão, mas usa a tribuna para dar visibilidade à sua trajetória e pautas, conquistando ainda mais apoio de sua base.
No fim das contas, ambos saem satisfeitos. Os eleitores mais à direita celebram a postura combativa de Luizão. Os mais à esquerda aplaudem Linda por enfrentar o bolsonarismo de frente. E a política segue seu ciclo, onde a polarização, embora muitas vezes pareça um problema, também se mostra uma ferramenta poderosa para quem sabe como utilizá-la.